domingo, 30 de junho de 2019

Des-Cuidado!

Perdi meus olhos só porque me impaciento ao ler?
Perdi minha cabeça só porque não penso?
Gozamos de direitos e autoridades
Vendemos o intelecto e a cultura como salvação.
Vendemos todo o espírito para incluir, não sobra nada.
Não há espaço vazio.
O resquício, o resto, o desperdício é reciclado: descarte!
Trapos, trapos e farrapos. Estamira diz: “o que há no lixão são restos e descuidos”
Está tudo preenchido de sentido nunca de fato sentido,
Sempre des-Cuidado! porque o descuido se tornou bonito.
O homem aos poucos foi criando maneiras de fazer múltiplas coisas ao mesmo tempo. Num
mesmo espaço, várias opções de preenchimento. Os tablets, a internet, os carros, tudo é
Smart. Todos nós somos Smart porque temos preenchimento, vários vazios ao mesmo tempo.
O I da Apple, Icloud, Ipad, Iphone. O I (“ai”) de inteligência. Somos função de uma inteligência
artificial (A.I). Até a inteligência, o nosso monolito kubrickiano, é artificial, ficou banal.
Inteligência para funcionar muito bem, nunca deixa de funcionar, nunca pára! Que inteligência
é essa que nunca pára? É inútil como uma memória que nunca esquece! Serve de nada! Aptos,
ágeis, hábeis, móveis. Simplesmente não acessamos mais outro tipo de inteligência e andamos
por aí clamando pelos Et’s. Cadê o Eu que pensa caro Descartes?

Jayme Mathias Netto

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