domingo, 16 de junho de 2019

Quisera eu

Quisera eu,
Zé bedêu, ter nascido branco bonito e nobre, ao invés de preto, pobre e plebeu.
Quisera eu,
que tão cedo se apercebeu que a serendipitia, vulgo sorte, não aparece nem diante da morte, se não tens um tantinho de terra pra chamar de seu.
Quisera eu,
que o que sonhei ainda ontem, batesse com a realidade que Deus me deu, a viagem que me presenteou Morfeu é bem mais suave ao espírito.
Ainda assim, é desperto que levo a maior parte do tempo.
Quisera eu,
lembrar que somos o que esquecemos,
pois aquilo do qual lembramos,
se contado em sequência, rende muito menos que uma prosa, uma palestra, talvez.
Quisera eu,
Não querer mais e como os animais, fazer o que me der na telha.
Quisera eu,
que lobo e ovelha falassem
E dissesse pra esse bando de besta que essas conversas de bem e de mal é coisa de homem e que tudo é bem mais simples sem os nomes.
Quisera eu,
Zé bedêu, saber escrever poesia que não fosse só mais uma heresia  que sucedeu a oportunidade de não escrever nada.

Júlio César

2 comentários:

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