O mundo ruge
Abocanha o silêncio
Espreita o movimento da multidão na rua
Alerta aos sons, caminhamos
Nos orientando e desviando do acaso
Enquanto a cidade nos digere
A massa amorfa é a selva
Transpira concreto e fumaça
Seres acinzentados imanentes ao pó
Ruídos, barulho, zoada, vozes, (dissonantes)
Espaço preenchido com ondas sonoras
Hiperexcitação de corpos narcotizados
Todos com suas bengalas caminham
Desorientados pela música guia
Encruzilhados entre os sussurros da alma
Seus cajados tocam o solo na esperança que se abram os mares
Lembrando ao barro o derradeiro lugar do humano
Trombetas dispostas aguardam o sinal
Ao procurar um horizonte na história se voltam para o céu
Com nuvens fechadas sem frestas para a luz, distante
O sol não ilumina esse mundo, tomado por lustres taciturnos
A mesma abóbada celeste cobriu o céu de Baudelaire
Quando tomado pela escuridão do dia nos fez despertar ao evidente
"O que procuram nos céus tantos cegos?"
Paulo Victor de Albuquerque Silva
Ótimo texto. Parabéns!
ResponderExcluirUm texto magnífico que expressa tamanha realidade
ResponderExcluirMuito bom,lindo, sofrido, doido e real. Me faz pensar no que é ser humano.
ResponderExcluirMuito bom!! Profundo!
ResponderExcluirComo sempre, mais um excelente texto!
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