domingo, 1 de março de 2020

Velha nova moléstia

Há um novo vírus dizem eles.
Novo, que de novo não tem nada.
Proveniente de organismos de existência despropositada, sem motivo outro que não causar pânico, embrutecimento, morte, escassez.
O seu comportamento é previsível. Já era descrito em filmes de ficção em 93.
Um novo vírus.l, que vai acabar com a humanidade, eles dizem. Como disseram antes umas 5 ou 6 vezes.
Esse, parece não ter limites, é pandêmico e se espalha tão rápido quanto o vento que passa por entre os cabelos. 
Atinge a massa de todas as formas possíveis, abarca todos os modelos de sociedade dita organizada.
Os sintomas são altamente empobrecedores e contagiosos.
Não há refúgio, não há cura. O capsídeo é uma armadura inquebrável que perfura a pele, seja mulher, homem ou criança, branco, amarelo, preto ou vermelho.
A carga viral se espalha de maneira quase imperceptível, sem distinção de orientação sexual, quase mesmo invisível e quando menos se espera... estão seus hospedeiros defendendo a terra plana, contestando a vacina, dizendo que foi culpa da menina que saiu de saia curta.
A chacina é silenciosa e segregadora. Doentes e saudáveis se misturam sem ter ideia de quem é quem.
E o contágio ocorre todos os dias, a cada segundo aparecem milhares no mundo, infectados, segregados e com delírios de possuir para si a verdade absoluta.
Doença astuta que inovou ao não ser transmitida de maneira normal, não é presencial e hoje se pega pelos dedos, no simples digitar de uma desinformação.
Um vírus, eles dizem. Novo que de novo não tem nada. Que conosco estava desde o surgimento da humanidade e só agora surgiu a necessidade em falar sobre ele. Muitos nomes existem para denominá-lo. Os infectados o chamam pelos mais variados: esquerdopata, favelado, viado, feminazi, pobralhada...eu particularmente prefiro tratá-lo por seu nome original: 

Ignorância Vírus.

E ao contrário do que muitos pensam, esse vírus não tem como objetivo eliminar a espécie. E sim manter a todos vivos, torturando uns aos outros, virando ao avesso qualquer convicção. Deixando que cegos guiem aqueles que tem alguma visão, rumo a um precipício de escuridão.
Um novo vírus, que de novo não tem nada!

Júlio César 

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