domingo, 3 de março de 2019

Serpentes e serpentinas

Metais ao longe,
fantasia de monge,
O sol mal se esconde,
e a cidade já ferveu.

Êxodo automotivo,
entope as veias da cidade cinza,
Serpentes e serpentinas,
se confundem no chão de pés sem fim.

Problemas de lado,
o Pierrot mal amado,
tem que aceitar que "não é não"
e pagar a fantasia comprada à prestação.

Bocas bebidas,
Beijos, cuspidas,
Mortes e vidas,
Começam e terminam ao som do trio.

Marchinhas, outrora inocentes, sobre carecas contentes,
agora são críticas perversas,
a um país fantasiado de mendigo.

Achados e perdidos,
Heróis e bandidos,
Dançam juntos "segurando na corda do caranguejo"

Enquanto o esquecimento banca a diversão, em um lampejo,
Silencio, atento na escuridão de mim,
me abrigo.
Pois "todo carnaval tem seu fim."

E o meu talvez nunca comece.

Júlio César

Um comentário:

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Jayme, Júlio e Paulo.