Tu não viestes de longe estrela cadente
Pronuncias o vindouro do dia
Alumia o amanhã num caleidoscópio póstumo
Tens na chegada fria e cálida minha sina
Itinerários ramificam-nos às lonjuras
Ocupam fendas nos pés rachados
que
Assentam morada no barro barroco da modernidade
A noite descultiva, tal qual girassol a espera do dia
Ninho sacro profano, guarda-me nú
Roubaste-me a esperança na espera
Finca-me no agora sujo e arraigado da margem
És tu, ó finito, quem anuncias a senhora morte
Dama vestida à foice em sepulcro mórbido
Doas o sabor à vida, pois em queda vislumbramos o abismo
Abocanha-nos a profundeza com suas notas de desespero
Daí amar-te,
amo-te porque sei que findas
Amo-te pois não me pertences indistintamente
Amo-te pois nunca mais serás minha, já que não há amanhã
Amo-te pois sei que findo-me em teus abraços
Paulo Victor de Albuquerque Silva
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Muito obrigado pela participação. Continue acompanhando e comentando, isso é fundamental para nosso trabalho.
Jayme, Júlio e Paulo.