domingo, 1 de setembro de 2019

Teu olhar.


Tenho vários sentidos, entenda-os como quiser.
Vários deles eu domo, mas um se desfez.
Logo aquele que me faz enxergar, que no fim de mim, repousa teu olhar.
Quando errante, vaga, ascende à superfície, longe do ninho.
Mas teu olho é âncora, mergulha em mim.
Durante a aurora renasço, no crepúsculo re-enlaço.
No jogo do silêncio ele é o único que fala,
Diz sentir o que no olho brilha.
Sempre que há desgosto, chuva. Se for primavera, rega-me.
Teu olhar me consola, nele deito e descarrego o peso do dia.
Em tua íris me envolvo, encontro o cobertor que é tua pele.
Possuído pelos teus braços tenho os olhos como testemunha do que sinto.
Para mim é fácil dizer que te amo, pois me sai da boca.
Tu me pagas com a moeda da janela da alma, a mesma que o barqueiro aguarda nas portas do submundo.
Contrariando o desfiladeiro do rio, antecipo-me ao destino, acompanhando-te no veleiro da vida.
Rogo aos céus para que até o fim de nossa jornada toda riqueza, que recebo diariamente dos teus olhos, seja convertida no passaporte da tua companhia,
Pois no meu submundo já abri as portas para que tragas minha felicidade.
Da gratidão em ser visto pelo seu interior, ao querer te pagar na mesma moeda, prontamente Antunes me faz recordar,
Que é teu o meu olhar.
Paulo Victor de Albuquerque Silva.

P.S. O texto é dedicado a minha esposa Ana Suely em homenagem ao nosso aniversário de casamento.

Um comentário:

  1. Que homenagem mais linda e merecedora , pois Suely é o presente que a vida te deu, meu filho💓 Um presente divino que somente Deus poderia explicar... Que Ele abençoe esse amor por toda a vida!!! Parabéns, linda Suely!!❤👏👏👏👏🙏👏👏👏

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