domingo, 7 de abril de 2019

O riso...

Era exatamente um dia depois do Natal.
Na sala de jantar estavam todos a escutar.
Escutavam o rádio, no jornal
Fatos que vinham noticiar...
"Obrigado e feliz Páscoa!" o narrador dizia.
As crianças começaram a rir, porque páscoa não seria.
Riam aquela gargalhada que tremia.
O corpo todo em vermelhidão,
a garganta no ritmo do coração.
Riam e riam...
Alguns adultos diziam para elas pararem.
Alguns idosos reclamavam
da chatice daquelas gargalhadas.
Outros começaram a rir como as crianças.
Mas tinha uns bem diferentes, que não rindo nem reagindo àquilo tudo, tentavam conter as criancas e explicar que o
narrador não tinha falado "Obrigado e feliz Páscoa!", mas "Obrigado pelo espaço".
Foi desse tipo diferente que as crianças riam mais e mais e, confesso, mereciam.
Os mais velhos entendidos, embora não entediados, riam também.
Até um velhinho muito simpático e leve, cujo respeito guardo, se levantou da cadeira de balanço, mascando fumo e, ainda vermelho de gargalhada, anunciou:
"Riso que se sente, e não há de quem.
Riso não entendido, e não contra alguém.
Acaso sabem disso
quão raras vezes nos vem?"

Por Jayme Mathias Netto

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