domingo, 18 de novembro de 2018

Temporalidade do inferno

Temporalidade do inferno.
Tal definição, ouvi certa vez de um amigo, que a mente aflige ao corpo o maior castigo, quando da recusa de parar de pensar.
Da definição, não sabia, mas
a agonia de cansado, teimar em desligar, constantemente me deparo.
Inclusive, neste momento, transformo o desalento  em demasia, de contar carneiros, busco amparo em primeiras aparas, desatinos desse texto sem sono.
A mente é máquina que mente ao próprio corpo, quando diz para si mesmo que o músculo é que tem força.
O suborno do movimento faz parecer que por algum motivo estar ativo é se mexer.
Haha, delírio, de quem não sabe do martírio de ir ao Japão e voltar sem sair do lugar.
Paro, repito: "agora eu durmo!"
Pobre ignorante, animal noturno, o cérebro é senhor de si.
Sentenças taciturnas de textos misturam-se às confabulações que configuram-se quase reais, não fosse estarem presas apenas em uma mente quase lisérgica.
Disse que ia parar cinco minutos atrás. E aqui estou, dedilhando enquanto assimilo o recorrente sibilo de sequências de palavras que, senão de forma voluntária, fluem aleatórias como quem diz: "eu durmo é porra!"
Na umbra, tateio à toa até encontrar o celular. Quatro e cinquenta! Puta merda, agora é sério! Ou eu paro agora ou não durmo mais! Ameaço a mim mesmo, como se mandasse em alguma coisa na porra desse sistema nervoso central, queria que ele tivesse um rotor lateral, assim pelo menos o filha da puta do Djalma podia dar um jeito de desligar.
O relógio desperta. O som como um zunido infernal corta a linha de raciocínio. E  o sono, o qual eu tanto procurei?
Escafedeu-se!

Por Júlio César
vivisseccao.blogspot.com

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