domingo, 25 de novembro de 2018

O Parto

"É próprio da literatura filosófica o ter de confrontar-se a cada passo com a questão da representação"
(Walter Benjamin, Origem do drama barroco alemão)

"No início era o Caos..." (Hesíodo, Cosmogonia)

Primeiro a explosão... depois, potência...
Ou seria uma implosão, pois não podemos afirmar um fora? A vida engendra implosões dentro dos fragmentos do existir. A implosão dos fragmentos da matéria geram ideias que são paridas pelo estouro. O parto da ideia nunca é um aborto, um vômito, um alastrar-se. Antes disso ele é uma absorção, uma inalação, uma assimilação. Agora ela (a ideia) está lá. Um organismo vivo, agindo, intervindo, interferindo. O agir da ideia não é explosão, é representação, é potência do pensar. O útero da ideia é o ser humano, que nunca é uma morada já que este útero sofre de histeria, gerando o aborto da ideia. A representação é uma histeria.

Por Paulo Victor de Albuquerque Silva
vivisseccao.blogspot.com

Um comentário:

  1. Muitas representações de fato são histerias mesmo. Rsrs
    Parabéns pelo texto, fiote!😉😍❤👏👏👏👏

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