Retour
Eu preciso dizer que meses atrás eu ouvia marchinhas de carnaval dentro da alegria mais estúpida que já fui submetida, eu sorri tanto e exagerado para suplantar qualquer ruído passado que viesse me impedir de continuar a rodar, rodar e rodar. Hoje escuto ao longe um triste violino de cordas frágeis em que as notas parecem acompanhar o movimento assustado dos meus olhos.
O meu cansaço parece ter levado para longe, no momento daquela ventania que me fez fechar os olhos, qualquer argumento de que a vida vale a pena, me fez como num soco perceber que um filho não me salvará, me trouxe um suspiro estafado diante da fúria com que se pronunciam negações e ignorâncias diante do que não se conhece, diante da necessidade de autoafirmação de muitos e que não reconhecem sua própria imagem diante do espelho.
Também aconteceu de eu não saber mais o que fazer dentro da minha própria casa, de eu não saber mais para onde seguir quando já tinha inventado a minha própria liberdade.
Por Luciana Lis
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