segunda-feira, 14 de novembro de 2022

Existência do não ser.

 


 

Havia algo entre as eras, algo que não era

Existia sem ser vista, nas entranhas dos dias, muda ficava

Em meio a isto e aquilo, não dizia

Se ser é ser percebido, então não era, pois não havia

Um não lugar, não ouvido, não sentido, não comido

E as horas passavam ao seu largo, mansa corrente de era

Arrastando tudo e todos que transcorreram

Mas aquela coisa no meio deslocada, fora do radar, nunca era

Não é o nada, pois o nada tem sido

O não ser, existente, puro e límpido como tudo o que não é percebido

Se escrevo sobre ela é porque quero que não seja

E faço isso com o verbo, dentro do Ser que é linguagem

Dizer o indizível já que nunca percebido

Mas ela está aqui bem perto, íntima do lugar em que a palavra não mora.

Paulo Victor de Albuquerque Silva.

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