Voltei
voltei pra essa chibata
quando nunca saíra daqui, mas agora voltei
dei uma volta, uma virada, um arrudei
tô aqui, de novo, feito praga armada, de língua afivelada
carta marcada, viciada, arrumada, planejada, demarcada, cifrada, copiada
e eu aqui de novo, mais uma vez
Voltei
voltei cara de chibata
pistola engatilhada, mirada no imbigo
no cu do mundo, lá onde o tudo deu volta
roleta russa em prosa
Voltei
voltei pois não ficarei
psicanálise do escrito, desterrado vir a ser da fala
entre o dito e o não digo
entre o sendo e o estado
voltarei já que ficando
gerundiando a volta que a língua dá ao centro
cearense coisado, meio afobado
agoniado e cutucado pelo nomadismo da estrada
Um dia voltando
Um dia vindo
Nó outro
Volta dando
Paulo Victor de Albuquerque Silva.
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