domingo, 6 de novembro de 2022

Centelha

  


Vivemos num mundo de pesadelos reais.

Onde, cedo ou tarde, enfrentamos o que mais tememos.

E nos tornamos tudo aquilo do que mais fugimos.

Há um magnetismo inexorável e inevitável que nos atraí.

Onde aquele que canta, morre enforcado.

O fiel, trai.

Aquele que treina, morre deitado.

Repousa uma ironia macabra.

Um ímã do inevitável, que arrasta a todos ao "Maktub"

Somos consciência coletiva perdida em sua derrocada?

Os segundos finais de atividade cerebral post morten.

Diriam os Maias.

Onde o tempo ficou na relatividade de Einstein.

Sofremos juntos a alucinação de Belchior, todos os dias.

Mantemos acesa a centelha divina

Que mina o real, mandando a salvação para uma vida além.

Tirando muitas vezes o foco, de quem estamos nos tornando aqui.

Quem é você para além da sua casa?

Quando o sapato aperta?

Quando a festa acaba?

Quando no final da reta, havia uma curva, uma cova rasa e uma arma com uma bala só?

Quando a mente turva e o julgamento opaco falham em te assistir?

O que você deseja? O seu? O do outro? O de todos?

Quem é você?

Ouro de tolos reside na ideia de que a indecisão é decisiva.

De que quem se encontra, assim o faz na missiva, de se esquivar do que já te atingiu.

No silêncio, a história se tinge de sangue mais uma vez.

Vivemos um mundo de pesadelos reais.

Onde, cedo ou tarde, enfrentamos o que mais tememos.

E se você não estiver na frente estará atrás.

E o silêncio não falará mais, apenas te arrastará para aquilo que você mais teme.

Júlio César 

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