Sou culpado.
Assim me considero.
Não espero clemência,
Mas pagar aquilo que devo.
Não a homens, não a crenças
A mim mesmo.
Nenhum tribunal jamais me incumbiu.
Nenhuma instituição para me eximir da pena.
Minha sentença é reconhecer e também suportar.
E quando me faltar energia, que me sobre força.
A mata branca confidencia minha dor.
No céu o imperador dos astros, inclemente, faz descer sobre minhas costas o seu chicote.
Resignado, ouço seu clamor.
O suor que como sangue serpenteia em minha testa.
Atesta a expiação.
Estunado, movo-me lentamente na superfície escaldante.
O instante é infinito.
Não há injustiça. Não há lamento.
Pago o que devo.
Sob o firmamento, sou ciente
De que meu silêncio jamais me eximiu.
Do erro contínuo ao qual pertenço.
Vício ou virtude? Me atenho ao fato.
Imperfeito
Errático
Estou.
Devo então expiar, para curar, criar casca e cicatriz
Pois tudo que nasce morre.
Para que renasça algo melhor, algo que condiz
Depois de toda a expiação,
Estamos, meu bem...
por um triz.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Muito obrigado pela participação. Continue acompanhando e comentando, isso é fundamental para nosso trabalho.
Jayme, Júlio e Paulo.