domingo, 20 de junho de 2021

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 Das poucas palavras

Que por hora me escorrem dos dedos

Sem grandes enredos e tramas

Sem grande comédia ou drama

Derramo aqui o instante da alma.


Às vezes não tem motivo, intuito, razão

Senão sair da penumbra do peito apertado.

O que ficara guardado, que arrocha o nó do miolo do peito

bem no miocárdio e só passa quando sai.


Não tem moral, rima, script nem personagem.

É produção e produto.

Motor e engrenagem.

Funciona porque vive, não obedece a nada senão a si.

Necessidade que não necessita.

Apenas flui.


Nem tudo se funda em propósitos externos.

Nem tudo que se busca são carros e ternos.

Mas a autossuficiência dos seus próprios processos.

Naquilo que secreta e constantemente agrada, satisfaz e aperfeiçoa

E que ninguém sabe.


E quando o exterior é só caos,

pandemônio e pandemia são sinônimos de democracia.

Talvez olhar para dentro e se derramar sem pensar no agrado alheio seja o melhor a fazer.


Júlio César

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