O pequenino entendeu cedo demais e da maneira mais cruel a dureza de ter de um dia ser grande, sem nenhum aviso prévio. Ou talvez, não tenha aceitado ao certo até hoje que a vida é composta em sua maior parte de adeus.
Desafortunado, jamais entendera da sorte que tinha.
Ou encarou a ignorância a que fora sujeito como um furto dos inúmeros problemas que se escondem por trás da máscara da face do feliz da foto - o autoproclamado esclarecido.
Jamais escutara o som da comemoração, ouviu de um ou de outro num acaso fortuito. E talvez por isso não apreciasse a paz trazida pelo silêncio em que se encontrava na maioria das vezes.
Cego para jamais compreender que a escuridão é apenas a ausência de luz.
Procurou em tudo o que lhe faltava e por todos os lados, o que afirmou precisar lhe foi negado.
Por aí vagou, procurando se encher, quando nunca fora de fato vazio.
Tentou agregar-se aos experientes, aos sortudos e inteligentes, aos barulhentos de felicidade e aos que viam sempre além. Entregou-se a todos e não pertenceu a nenhum.
Sem escolhas, entendeu que não tinha de escolher.
Condicionado a ser sozinho, encontrou a si.
Entendeu que o que norteia o fenômeno da vida, no constante triunfo da maldade, são os relances de bondade que permeiam a desordem do caos.
E que perceber-se era um desses momentos. Que a melhor companhia era de si.
E então era isso de que se tratava a vitória.
De permanecer. E continuar aprendendo com o fracasso, até um dia tornar-se ele mesmo a própria vitória.
Seria então, finalmente...
vencedor.
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Jayme, Júlio e Paulo.