Manoel de Barros foi tomar uma
Com o Kurt Cobain
e o Spinoza ficou
à espreita.
Eles me
convidaram nesse dia pra inverter as coisas,
Fazer tudo
conforme outra lógica,
Por isso apelidei
os meus amigos de
Paulo César e
Júlio Victor,
Pra coisa ficar
invertida, quer dizer, imanente,
Evacuadas num azul
pólvora cintilante, e foi o que eu fiz,
Como uma visita apática
de um verme saltitante
Aí foi quando
enxerguei algumas coisa melhor, justamente porque são mais divertidas:
Na verdade, a cor
é que arromba o olho para melhor ser vista.
Nem o claro
demais nem o obscuro querem nada comigo, ambos ofuscam.
O fogo nunca entra
no baile das sombras.
O pensamento humano
que pense sem mira, porque a vida quer pensar sozinha.
O nada é que é
empurrado pelas coisas que já haviam pedido para serem destroçadas.
A pressa é típica
das pernas ligeiras e dos membros inferiores.
As árvores e
demais plantas imitam os pássaros querendo ir para cima.
O som do canto desses
mesmos pássaros arrombam meus ouvidos para serem ouvidos.
Meu tato, na
verdade, é cheio de ironia e é o órgão mais longo do meu corpo.
O ouvido consegue
enxergar o verde e o melancólico para quem os sente.
Os olhos sem
nenhum dos sentidos também riem e falam pra se acabar.
Foram as pedras
que conquistaram as mãos dos bichos e também dos humanos para conseguirem se
movimentar pelo planeta e sair voando de um lado pro outro.
As palavras dentro
do paladar abocanham antes todo o resto para serem ditas.
E elas sentaram
agora na mesa farta como um rei lá no meu céu da boca.
As palavras
inocentes, no entanto, estavam sem cabeça, muito embora no meu céu não haja
guilhotina.
Elas então desceram e foram parar na ponta dos meus dedos e só aí viraram texto, na ponta de uma caneta azul pólvora cintilante evacuadas numa visita apática de um verme saltitante.
Jayme Mathias
Netto
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