- Minha literatura é de resistência. - Da terra rachada. - Do conflito de pistola contra a polícia sustentada pelo Estado que assegura o capital. - A bala é minoritária, sai das mãos de Maria Bonita, Lampião e Lunga. - Como no cangaço, a literatura de resistência não tem que produzir espectadores, mas sim novos combatentes. - Armado até os dente, me embrenho nos mato na procura do grande rosto opressor que nos vigia. - Eu não escrevo, eu me armo. - Em minha memória reluzem gritos oprimidos. - Seu Mathias tem razão, a maior munição é a letra, então escreva. - Convocamos combatentes na contramão da rua de mão única, os que foram apagados do grande mapa territorial dominante e que vivem no Bacurau. - Ou como fala seu César, quantos padeiros espirituais silenciados à espera do estrondo do canhão. - Nosso estouro irá ressoar em todos os ouvidos extraviados. - Nossa mira tem como alvo o grande rosto masculino branco, heteronormativo, colonizador, fascista, egocentricamente fálico e dono dos meios de produção. - Queremos diferença, não repetição. - A revolução se faz com a peixeira torta afiada na nossa carne, ou como quando o poeta Zé da Luz fura o bucho do céu. - É da caatinga, do cacto que resiste na seca, da foice que corta cana, do pé que se racha como a terra, é de lá que vem o vigor de quem cria. - Que sejamos os produtores inacabados de nós mesmos. -
Paulo Victor de Albuquerque Silva
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ResponderExcluirAdorei o texto!
Armados de palavras.
Nessa guerra insana
Que a coragem seja nossa força
Pra que cada letra perfure quem estiver na mirra do nosso canhão.
:)
ExcluirÉ isso aí!!
ResponderExcluir"Produtores inacabados de nós mesmos." PV
ResponderExcluirE incansáveis!
Sara Bezerra.