domingo, 10 de maio de 2020

Oráculo

ó seres mortais blasfemadores de metrópole
dirijo-me a vós, sob a tutela daquele que governa
trago na boca a serpente que proclama a sorte do futuro
não me venham com súplicas e agonias contrárias ao que vos digo
o destino é um fardo que arrasta consigo tudo aquilo que vive
que grandes desgraças estão reservadas à nosso povo
ó deusas e deuses imaculados, porque me sobrecarregam com tamanho apuro
a vós, cidadãos, proclamo tua sina, desvelando as amarguras do meu próprio destino
a união trará a morte de nosso povo
a natureza se reerguerá com seu majestoso ábaco subjugando a cidade
dela tudo provém, nela tudo findará
súplicas serão feitas com sacrifícios entre genitores
covas serão abertas a espera dos imolados
o último suspiro será da morte, extraindo almas de seus corpos por entre suas narinas
mas vós, idólatras, venerarão o falso deus, que
por crer na humanidade, trará à tona o porvir na anunciação divina
que abençoará o solo com seu mais singelo e acolhedor sepulcro.

Paulo Victor de Albuquerque Silva

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