domingo, 15 de julho de 2018

Julho do Leitor: um surto poético em meio ao enfadonho cotidiano

Basta...!

Dizia o homem de meia idade em demasiada inquietação...
Uma cidade não pode ser tranquila e interessante ao mesmo tempo?
Ah, inconcebível dignidade humana, derradeira importância política... 
Não se iluda, não nos iludamos, esgotamo-nos dia a dia em desprazeres.

Ô, mediocridade...!

Escapemos do óbvio, da pressa e do ganho a qualquer custo.
Não sucumbais à vida... Ei-la aí, experimentai sem grilhões.
Mas o que é a vida? – dizia um provocador. Talvez eu decidirei e ponto.
Certamente não será labor, nem imitação, tão pouco a companhia dos homens parvos.
Quero extravasar ainda que em solidão, principalmente nessa bendita solidão. 
Para que a vida não me escorra pelos dedos, feito água se esvaindo pelo muito pingar, secando prematuramente. Pois a vida pinga e seca e não a sentimos passar por estarmos em extrema atenção a outros afazeres que não são a vida, que só preocupa e a azeda.
A vida tornou-se incoadunável e, por isso insuportável, insustentável, lamentável...
Trabalho, confinamento, assédio, violência, congestionamento, miséria, poluição, concorrência extremada, aborrecimento, o sonho do outro, e nada de originalmente meu próprio?! É justo que o outro seja em mim?! É natural que eu queira ser, tão somente ser, ao meu jeito... Do outro só aproveitarei aquilo que me interessar. Ao inferno todos aqueles que dizem que devemos seguir o sistema determinado, a mim só importa o viver autômato, eu gasto o meu tempo da maneira que me apraz, chamem isso do que quiser.
Sim estou indignado, mas lúcido!Não notaram ainda que querem sugar a nossa vida com tudo que não nos interessa!Tirarei a tipoia de impossibilidade, os óculos de cego, abandonarei as muletas convencionais e seguirei tateando sozinho... Isso não pode ficar assim... Não irei me render, a rendição é para os que não encontram saída, eu ao contrário criei a minha própria saída...

Por Valterlan Tomaz Correia
vivisseccao.blogspot.com

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