Lá encontrava-me EU sentado sobre minhas pernas numa posição meditante, na procura do animal que representaria as entranhas de meu SER. Seria EU um camelo, um leão ou um bicho criança? Perguntava-me enquanto adentrava na caverna do meu EU. A cova em que EU me encontrava era gélida com um teto coberto por lanças pontiagudas feitas de água congelada. Pertencia às entranhas da terra junto a uma montanha que expelia um som proveniente do cosmos. O tempo passava e quanto mais Eu caminhava sob as profundezas do meu Ser, mais calor sentia enquanto o teto da caverna desmoronava. Não era justo comigo, “Logo Eu que estava passando por um momento tão difícil”, precisava encontrar esse bicho que habita em mim. “Conhece-te a ti mesmo”, dizia meu demônio enquanto eu procurava. As paredes derretidas começaram a formar um rio que me arrastava ao âmago do meu ser. As águas vão chegar no topo, eu luto para me manter vivo na esperança de ainda encontrar a fera que habita em mim, quero me segurar em algo. O grito que ecoa do abismo não passa de resquícios do meu ego. Submerso na água volto ao útero.
Adentrou a caverna comandado pelo demônio na procura de um bicho de si. Chegando às profundezas foi engolido pela montanha do não SER.
Por Paulo Victor Albuquerque
vivisseccao.blogspot.com
Parabéns
ResponderExcluirMuito obrigado pelo elogio!
ResponderExcluir