domingo, 14 de janeiro de 2018

Mito da caverna

Lá encontrava-me EU sentado sobre minhas pernas numa posição meditante, na procura do animal que representaria as entranhas de meu SER. Seria EU um camelo, um leão ou um bicho criança? Perguntava-me enquanto adentrava na caverna do meu EU. A cova em que EU me encontrava era gélida com um teto coberto por lanças pontiagudas feitas de água congelada. Pertencia às entranhas da terra junto a uma montanha que expelia um som proveniente do cosmos. O tempo passava e quanto mais Eu caminhava sob as profundezas do meu Ser, mais calor sentia enquanto o teto da caverna desmoronava. Não era justo comigo, “Logo Eu que estava passando por um momento tão difícil”, precisava encontrar esse bicho que habita em mim. “Conhece-te a ti mesmo”, dizia meu demônio enquanto eu procurava. As paredes derretidas começaram a formar um rio que me arrastava ao âmago do meu ser. As águas vão chegar no topo, eu luto para me manter vivo na esperança de ainda encontrar a fera que habita em mim, quero me segurar em algo. O grito que ecoa do abismo não passa de resquícios do meu ego. Submerso na água volto ao útero.
Adentrou a caverna comandado pelo demônio na procura de um bicho de si. Chegando às profundezas foi engolido pela montanha do não SER.

Por Paulo Victor Albuquerque
vivisseccao.blogspot.com

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