Implodir
Como o dentro que adentro
Implodir
Como o oco enquanto alento
Implodir
Como eco que professo
Implodir
Como o nexo que confesso
Implodir
Como o silêncio!
Por Jayme Mathias Netto
Vivisseccao.blogspot.com
Implodir
Como o dentro que adentro
Implodir
Como o oco enquanto alento
Implodir
Como eco que professo
Implodir
Como o nexo que confesso
Implodir
Como o silêncio!
Por Jayme Mathias Netto
Vivisseccao.blogspot.com
Cego, sigo a saga do sensível.
Certo de que o fim me é alheio.
Disperso, no espaço, escasso.
Como um porco no campo de centeio.
Destruo, destrono, desvirtuo tudo aquilo que me apoia.
Equilíbro-me entre a sanidade e a paranóia.
Torço para que a clarabóia não suporte.
O peso das frustrações de um passado latente.
Chamo pela chama falsa de uma vida plena.
Clamo pela erva vil que envenena minha mente.
Deslizo, liso pela borda do abismo.
Deduzo o relevante, uso o incoerente.
A mente, mente num último recurso.
Mostra-me um futuro distante, contente.
Mentiras, em tiras de romance barato.
Descarrego a última bala do pente.
Por Júlio César Barbosa
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Antes
Durante
Depois
São planos
O antes que já foi
O durante que já passa
O depois que nunca vem
Até que renasça
Como antes também
Planos são fumaças
Que fogo não tem
Por Jayme Mathias
As crianças são seres extraordinários, sempre nos despertam para o novo. Recentemente me deparei com um vídeo em que uma garotinha se espantava com sua própria sombra. O espanto socrático nunca foi levado tão a sério como por essas criaturas. Tal fato nos revela como o espanto não se limita àquilo que nos é externo, ele também se produz com tudo o que é projetado por nosso corpo. Parece que as coisas que emanam de nosso corpo não são produto de nossa consciência, daí o espanto. Na verdade não podemos nos surpreender com aquilo que nos pertence, que temos o controle de criação. Nos espantamos sim (!), com o desconhecido, com o fabuloso ou o estranho.
A criança se espanta com o novo. O que ela admira não é a última novidade em modelo de celular, antes é a existência do aparelho de comunicação a distância, é a invenção do “celular” e não o seu tipo ou marca. O que ela produz brincando não lhe espanta, mas ela traz para dentro de seu jogo todos os objetos de sua admiração.
Para surgir o espanto faz-se necessário a distância. Enquanto escrevo esse texto ele é coisa minha, outras vezes não. Com a distância temporal nos espantamos com aquilo que produzimos, ela se torna algo alheio, pertencente ao mundo, detentor de vida própria. O espanto é o reconhecimento do Ser que não está em nós, é o vislumbramento da superioridade da vida que não nos pertence, é o despertar de todas as coisas em sua magnitude. A criança se espanta com a vida do Ser.
Paulo Victor Albuquerque
vivisseccao.blogspot.com