O que restou de nós quando todos eles se foram?
0,5%, 1%. De que importa?
Sem tempo ou despedida, como num raio.
Um instante que crava a solidão no peito dos que restaram.
Ficara pensando por um tempo, o que é que se pode traduzir da imensidão do nada?
Vestígios contagiosos do que já fora num instante sem tempo ou espaço.
Eis que nos debruçamos entre as sobras.
O abismo grita como um animal em desespero.
Só sussurros são ouvidos.
Um frio na espinha estremece meu corpo.
Perdi o olfato,
Perdi a coragem,
Perdi o suspiro,
Pensei estar de bruços... já não me acomete mais.
Não estou em lugar nenhum. Será o nada?
Como se o nada hospedasse aquilo que, um dia, sonhou ser algo muito além do ar que respirava.
Luiz Tiago Soares de Souza
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