domingo, 3 de abril de 2022

Revolta

 


Dedico esse poema àqueles que ousam desavergonhar-se de suas imperfeições antes de mais nada!

Pois que eu quero escavacar tudo

Devorar minha juventude em odiosidade

Botar um disfarce e insurgir nos caminhos

Como uma irresponsável

E regozijar-me do dia em que me arredei dos meus progenitores

O estouvamento onusto

Desculpe as palavras difíceis

É pra fingir intelectualidade

O “deixar meus cabelos longos”,

Aquele corte Punk

O viver de embriaguez de gerações pregressas

E estar eivada como uma desconhecida!

O “jogar fora títulos e faculdades” contado em biografias

O “jogar para cima e bem alto os embargados conceitos” das vanguardas artísticas

E pisar na revolta alheia para que elas firam, me firam e vos firam!

Não quero ser poeta, pensadora pateta

Quero ser um larva rastejante que gira a cabeça “como as pedras rolando”

Anseio me dar conta de que sou rock and roll dentro de mim e rebentar em distorções

Desse jeito me envaidecerei em ser nada

Minha arte é produto da minha imperfeição e, portanto, assim me é a vida!

Não posso enfraquecer músculos nesses conceitos filosóficos que não contorno magneticamente

Tenho que soltar a força de um caminho merecedor e não devo sublimar

Já chega de fazer isso, meu corpo não suporta! 

Eu não suporto! 

Cansei de ser covarde como quem pensa.

Vou entortar a coluna desse edfifíco e virar a mesa desse escritório!

Chega de fingir, porque eu não sou a paz! 

E, no entanto, venho do medo da solidão.

Portanto, “sejais junto comigo” - digo ao espelho 

“Vamos porra!” – eu repito assobiando bem alto "fi-fiiiuu tá na hora"

Mas ninguém responde, e nos olhos de lamentações prefiro continuar escondida, agradando-me aos olhos dos outros.

Sentada e morfada como um cogumelo

Preso às entranhas dos seus sofrimentos

Sem coragem de enfrentá-los e

Entregá-los de bandeja a cabeça fria que não é sua

Prefiro esquentá-la com questões outras, notícias dos dias passageiros

A fraqueza requer frieza, apaziguadora, sutil e lenta

A coragem é quente, tudo ou nada, vida e risco!

Depois vem aquele verme sutil e triste, o lamento: "é, o sistema é foda né?! Fazer o que? Trabalha aí, se esforça aí, estuda praquilo lá, paga aí, paga lá, vive como se tivesse tudo bem, como se..."

Mas sempre digo "Se liga aae em mané!? Fi-fiiiiuu!" 

E bato no peito mostrando os mamilos pro combate!

A revolta tem o nome de Cássia Eller!


Jayme Mathias

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Muito obrigado pela participação. Continue acompanhando e comentando, isso é fundamental para nosso trabalho.

Jayme, Júlio e Paulo.