Dedico esse poema àqueles que ousam desavergonhar-se de suas imperfeições antes de mais nada!
Pois que eu quero escavacar tudo
Devorar minha juventude em odiosidade
Botar um disfarce e insurgir nos caminhos
Como uma irresponsável
E regozijar-me do dia em que me arredei dos meus progenitores
O estouvamento onusto
Desculpe as palavras difíceis
É pra fingir intelectualidade
O “deixar meus cabelos longos”,
Aquele corte Punk
O viver de embriaguez de gerações pregressas
E estar eivada como uma desconhecida!
O “jogar fora títulos e faculdades” contado em biografias
O “jogar para cima e bem alto os embargados conceitos” das vanguardas artísticas
E pisar na revolta alheia para que elas firam, me firam e vos firam!
Não quero ser poeta, pensadora pateta
Quero ser um larva rastejante que gira a cabeça “como as pedras rolando”
Anseio me dar conta de que sou rock and roll dentro de mim e rebentar em distorções
Desse jeito me envaidecerei em ser nada
Minha arte é produto da minha imperfeição e, portanto, assim me é a vida!
Não posso enfraquecer músculos nesses conceitos filosóficos que não contorno magneticamente
Tenho que soltar a força de um caminho merecedor e não devo sublimar
Já chega de fazer isso, meu corpo não suporta!
Eu não suporto!
Cansei de ser covarde como quem pensa.
Vou entortar a coluna desse edfifíco e virar a mesa desse escritório!
Chega de fingir, porque eu não sou a paz!
E, no entanto, venho do medo da solidão.
Portanto, “sejais junto comigo” - digo ao espelho
“Vamos porra!” – eu repito assobiando bem alto "fi-fiiiuu tá na hora"
Mas ninguém responde, e nos olhos de lamentações prefiro continuar escondida, agradando-me aos olhos dos outros.
Sentada e morfada como um cogumelo
Preso às entranhas dos seus sofrimentos
Sem coragem de enfrentá-los e
Entregá-los de bandeja a cabeça fria que não é sua
Prefiro esquentá-la com questões outras, notícias dos dias passageiros
A fraqueza requer frieza, apaziguadora, sutil e lenta
A coragem é quente, tudo ou nada, vida e risco!
Depois vem aquele verme sutil e triste, o lamento: "é, o sistema é foda né?! Fazer o que? Trabalha aí, se esforça aí, estuda praquilo lá, paga aí, paga lá, vive como se tivesse tudo bem, como se..."
Mas sempre digo "Se liga aae em mané!? Fi-fiiiiuu!"
E bato no peito mostrando os mamilos pro combate!
A revolta tem o nome de Cássia Eller!
Jayme Mathias
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