domingo, 12 de setembro de 2021

O fascismo e sua máquina de produzir ódio

  A sombra do fascismo continua circundando os corpos dos seres contemporâneos em nossa sistêmica sociedade de massa. Ele é fruto do corpo social industrialmente produzido em larga escala, do pensamento subjetivado, da linha de produção e sua vida enlatada. Por que movimentos fascistas não existiram em outros períodos históricos? O fascismo pressupõe um amontoado de indivíduos autômatos que sejam capazes de seguir ordens simples. Qual a maneira mais fácil de conseguir tal feito? Através do afeto irrefletido, imediato e moralmente básico, empatia reproduzida tecnológica e esteticamente.

Junto a toda reprodução técnica estetizante que sobrecarrega o sensorial humano, vinculada à produção de rebanhos coletivos, nos deparamos com um fenômeno das metrópoles oníricas, cidades iluminadas que retiram da terra as demarcações espaciais, construindo novos ambientes pluridimensionais que distorcem o tempo em um mundo de sonhos. O sonho do porvir, o sonho do progresso, da salvação, do paraíso, da moral pura e santa, totalizam os sonhos brancos, masculinos, héteros, cristãos, de consumo do capital.

Há perigo hoje do fascismo? A sombra do fascismo sempre existirá enquanto vivermos em uma estrutura social que garanta materialmente a produção em massa de indivíduos facilmente planejados, escalonados. O fascismo sempre trabalhará com ideias simples e claras, elas podem ser facilmente assimiladas e transmitidas por máquinas informativas, produtoras de afetos pré-fabricados.

Paulo Victor de Albuquerque Silva


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