Quero encontrar Deus,
vou para Morella.
Quero chegar no Flamengo,
desço no Largo do Machado.
Um passo atrás, uma parada à frente...
Nunca no exato lugar na hora certa.
Tropeço nos velhinhos do Flamengo,
Recordo Morella,
Penso nos meus pais.
O olhar suplicante…
Adoro velhinhos,
que reencarnam em bebês,
que choram, que esperneiam,
que birram.
Então, lembro o prazo perdido.
Então, lembro que me endivido.
Fui pra longe que é pra ver se esqueço,
Mas há ainda essa imunidade de merda!
Sugada pelos anos indecentes
Que consomem minha juventude,
A saúde frágil,
O corpo que não aguenta…
Choro
Esperneio
Grito
Mas Deus não escuta.
Meus pais não escutam
Os velhinhos do Flamengo não escutam, e me olham sorrindo.
Por Julia Pereira
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