Por que tu choras? Por que demoras em um pranto manso?
Por que não vais e encontra o que é teu?
O que é teu, na verdade, sem ira e maldade
Segues, bela rosa, segues
Com tua vermelhidão
Ascensão
Feminino
No teu inocente jeito de amar
Amar o vermelho que de ti faz-se forma
definição
Beleza que não comporta a razão
Reza, bela rosa, reza
para que
o amor te aches
Mas que não te mates, de tanto sofrer
Que habite em ti, escorra de ti
Volte-se pra ti
Mas que não seja como o vermelho vivo do fogo
Que queima
E, ao passar o vento forte, deixa levar o perfume da calma
Restando cinzas ao relento e mais nada
Que o teu vermelho sangue
Tome para si a serenidade do vinho
Que vive seu mistério e se delicia a cada sensação provocada por seu gosto
No qual o passar dos tempos acusa a melhoria
Que voe com o gosto da liberdade pueril
Que faça morada na serenidade do amor mais gentil
De Anne Jamille Sampaio