domingo, 23 de setembro de 2018

Uma nova ideia velha

    Decidi escrever um texto partindo de uma ideia que tive. Antes eu carregava uns blocos de anotações - isso por influência do Nietzsche que tinha nos bolsos de seu paletó vários destes companheiros da memória. Hoje anoto minhas elucubrações em folhas virtuais do meu e-mail, tal qual este relato.
    Anoto pois não recordo. Anoto pois os espaços que habito se tornaram opacos aos lembretes que apregoo neles. Nada se fixa no mundo de pelúcia que criamos. Sempre nos forçando a uma adequação do eterno retorno do mesmo.
    Anoto pois o fluxo entre os mundos que criamos não possui parada ou limites, quando durmo ele continua nos meus sonhos. Nele tudo é presente, onde aquilo que posso ser é o agora. Sempre tenho a sensação que já vivi, que já escrevi. Não há tempo que me faça ter, não há espaço que me faça ficar. As ideias transbordam na mesma velocidade que nos escapam, por isso sempre tenho pensamentos que já vivi.
Não podia deixar essa ideia escapar, tinha que capturá-la. Agora a exponho nas vitrines do igual. Como Morfeu, a transfiguro entre os mundos possíveis do subconsciente, passageira do expresso que sempre esteve lá.
O que falta é somente o seu nome, o título do texto, da ideia. Claro que ainda não sei como escreverei sobre a anotação de um pensamento igual que tive. Acho que deveria se chamar “Uma nova ideia velha”, mas depois eu escrevo.
Por Paulo Victor de Albuquerque Silva
vivisseccao.blogspot.com

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