domingo, 2 de setembro de 2018

Pontos de luz ancorados.

O sol morria lá fora engolido pela imensidão
Caminhei sobre os passos marcados do sempre igual
Encontrei em minha mesa amarguras e alegrias do destino
Mas você estava lá
Sob a abóbada celeste se despia o alpendre de nossas vidas
Na outra ponta do mundo você sorria para algo além de mim
Separados por vales e montanhas, copos e talheres
E você estava lá
No momento derradeiro ergueu o seu farol
Iluminou em mim sua despedida
A brevidade de cada suspiro repousava no leito do meu olhar
Enquanto você estava lá
A voz que é minha devora o amanhã, dirá
Sem amarras ao mastro meu som é, para ti, sereia
Proclamo ao mar o cântico ouvido por Odisseu, mergulha
Pois você estava lá
A partida não se fez em mim sentida
Continuo contigo na vastidão do oceano que habito
Rogo as musas para, outra vez, cantarolar ao teu ouvido todo amor que sinto
Já que você está cá, comigo
PS: Homenagem a minha esposa Ana Suely e nosso aniversário de casamento.

Paulo Victor de Albuquerque Silva

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