domingo, 5 de novembro de 2017

No love

Ser poeta sem falar de amor.
É retirar a carne da dieta do predador.
É ser constante aluno, nunca preceptor.
Não sei falar de amor.
Seja pelo clichê, ou pelos porquês que sempre circundam as paixões.

Falar de amor exige a dor de perder, de não ser correspondido, de sentir a rejeição ou do constante perigo de cair aquém de alguém que não te quer.
Falar de amor é falar de sofrer, não por si,  mas por alguém que é tão imperfeito quanto você.
"É ferida que dói" e se vê!
É desejo sempre latente, mas também atitude de inconsequente.
Eu prefiro a dor daquilo que consigo ver.
Prefiro a razão. Não dar vazão para aquilo que até a alma é capaz de corroer.
Amor foi feito para ser sentido não escrito.
Permaneço então um poeta vegano
seguindo a dieta de restrição evitando  uma alimentação estabanada.
Agora percebo que é tão verdade o que disse antes que do amor falei, falei e não disse nada.

Por Júlio César Barbosa
vivisseccao.blogspot.com

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