por vias dúbias
num segundo me clarifico
num errar do tempo que é meu amigo
que faço ser mais alto que o tempo que medito
quando medito sobre o tempo
que o tempo pára quando medito
que não há mais tempo
que suficiente seja
que o tempo encurta quando me dilacero
que o tempo desacelera quando acelero
que por vias curtas
num segundo me intensifico
num borrar do tempo, meu amigo
que posso ser mais alto que o tempo que medito
que o tempo passa e memória acaba
que o tempo voa e o futuro me povoa
que o tempo volta e meia me consome
que não há tempo para a preguiça
que o tempo se sente e não se tem
que a idade parece que é desse jeito também
que por vias turvas
num segundo me repito
num rio do tempo, meu ofício
que devo ser mais alto que o tempo que medito
Jayme Mathias Netto
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