domingo, 20 de maio de 2018
Algo que não estava escrito.
Escrevo para os afortunados, aqueles planadores dos confins do mundo
Escrevo pois sei que o sinal de minhas ondas são surfadas na imensidão
Tsunami atômica, fótons de luz
No timbre de minhas ideias eu sou a interseção
Vibração quântica transpassada pelo nada
Escrevo para os anônimos, aqueles acolhidos pela máscara do incognoscível
Escrevo pois sei que sua identidade subjaz à solidão
Paráfrase do esquecimento, autonomia da negação
O capítulo da minha vida quem escreve é o absurdo
Transeuntes undergrounds do outro lado do muro
Escrevo para os invisíveis, aqueles cujos holofotes estão aquém de suas cabeças
Escrevo pois sei que jamais serão vistos por todos que têm olhos
Penumbra do entendimento, esclerose múltipla da criação
Entre as fendas da matéria há um espaço em construção
Ser é ser percebido, para eles não
Escrevo para ninguém, aquela coisa alguma de fora
Escrevo pois sei que não me darão ouvidos
Sons estridentes, lapsos de memória
Suspiram em mim burburios do aquém
Entre eles não há quem se julgue alguém
Por Paulo Victor de Albuquerque Silva
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