domingo, 16 de abril de 2017

Telófase

Vagueio. Percorro espaços amorfos, mofados da sala que se desenha morta. Finjo um interesse em algo que realmente não me importa, mas é breve. Me perco no tempo que se alonga estendendo seu "tic-tac" como tentáculos, oráculos de um futuro encriptado. Genética, probabilidade. Que habilidade o tempo tem de guardar o que ainda não foi? Escapo, mas não demora estou de volta, com a apatia de olhar a hora e o tempo que chora em não passar. Segundos  estagnados e um cérebro cansado de absorver. Meus olhos percorrem uma sequência de rostos dispersos, que tais como os meus buscam versos em um ou outro universo qualquer. Encontro os dela, rapidamente se cruzam tal como os pólos opostos de um ímã, inconveniente, proveniente de um inconsequente que a todos grita que o passado morreu. E o assunto, presumo saber do que se trata, besteira! Uma piada que se solta do tédio, do sério. Espero, mas o momento não passa, a paciência escassa lixiviada pelos "porquês" que ninguém quer responder. Realizo. Poesia bruta que não tem verso nem prosa, fruto do maldito momento, que podia ser como o vento e levar a melancolia até o próximo assunto.

Por: Júlio César Barbosa Dantas
vivisseccao.blogspot.com

Um comentário:

  1. Compartilho dessa atmosfera de melancolia e extenuação. Belíssimo texto!

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Jayme, Júlio e Paulo.